quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cinema para deficientes visuais - Saiu na Tribuna

Por Erich Tedesco - Tribuna
(na foto, Leo em seu estúdio)


Audiodescrição é o nome do recurso com o qual Leonardo Rossi trabalha para aproximar este público de programações culturais (blogdoleorossi.blogspot.com), mídia administrada pelo comunicólogo Leonardo Rossi, conhecido na cena musical como integrante da banda O Fino da Bola, estão os trabalhos que ele atualmente realiza com audiovisual. O principal, entre muitos, é o podcast Contando Histórias, em que ao clique no play a pessoa escuta um conto interpretado por este experiente profissional. A mídia também divulga outro interessante trabalho de Rossi: a audiodescrição, recurso que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão.

“Comecei a mexer com podscasts a partir da audiodescrição. A ideia é abranger o trabalho, tanto para os deficientes visuais como o grande público, além de ser uma forma de atuar como ator”, conta Rossi em relação à conclusão do Curso de Ator pelo Senac Piracicaba. Em dezembro de 2009, ele e os demais alunos da turma, realizaram uma curta temporada com a peça “Burundanga”, que ele descarta a possibilidade de novas apresentações.

“Prefiro o microfone”, rebate. E é munido dele no estúdio montado em sua casa que produz os programas do Contando Histórias. “Eu mesmo me gravo”, brinca. “Pesquiso os textos, que geralmente são clássicos para não ter problema com direitos autorais e os melhores para incrementar nas interpretações”. Até o momento Rossi já gravou e disponibilizou 10 programas. “Tento lançar um por semana”, revela. Quanto ao tempo para gravar, editar, hospedar o podcast e, enfim, habilitá-lo ao internauta, são cerca de três horas.

Dentre os podscasts do programa, há interpretações de Rossi de Arthur de Azevedo, Machado de Assis, trechos da carta de Pero Vaz de Caminha, entre outros. A mais recente é do autor pernambucano Osmar Lins. “Apenas o primeiro podcast, Igreja do Diabo, de Machado de Assis, tem trilha sonora, mas é aí demanda muito tempo e agora faço tudo a seco”. Uma opção certeira, ele acredita, já que de acordo com a repercussão, o público prefere, mesmo, apenas ouvir a voz de Rossi.

Mas nada disso seria feito se não fosse a audiodescrição. “A partir de julho de 2011 entrará em vigor uma lei que obriga as TVs abertas com transmissão digital disponibilizar, ao menos, duas horas semanas com programação voltada a pessoas com deficiência visual. A empresa em que trabalho, Iguale Comunicação de Acessibilidade, foi a primeira a realizar um comercial de Tv nos moldes da audiodescrição, e agora estamos preparando material para ingressar nesta fatia, prospectando alguns canais e festivais de cinema”, explica.

Na prática, é transformar o visual em palavras. “Não se pode contar tudo, mas descrevemos o que é mais importante da cena”. Recentemente Rossi e citada empresa atuou em sessões de cinema no CineSesc. “Atuamos nos intervalos dos diálogos contextualizando o que se passa naquele momento, por exemplo”.

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